A agência espacial norte-americana (NASA) confirmou via comunicado que a Estação Espacial Internacional (ISS) já voltou ao normal após um teste antissatélite executado pela Rússia ter forçado todos os tripulantes a procurarem abrigo nas naves acopladas à estrutura.
O susto começou na última segunda-feira (15), quando um míssil disparado pelo governo russo explodiu um satélite soviético desativado há mais de 40 anos. A explosão gerou cerca de 1.500 destroços que acabaram se posicionando na rota de órbita da estação, gerando repetidos alertas de colisão que, felizmente, não ocorreram.
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Como rege o padrão de segurança e conduta espacial, praticamente todas as áreas de habitação da ISS foram isoladas e seladas, e os ocupantes da estrutura – astronautas da NASA, da agência espacial europeia ESA e da própria agência espacial russa, a Roscosmos – assumiram posicionamento evasivo.
O procedimento é padronizado pelas agências em treinamentos para o caso de algum choque contra a estação forçar seus “inquilinos” a escaparem às pressas de volta à Terra. De acordo com o comunicado, a estação não precisou fazer nenhum tipo de manobra evasiva:
“As escotilhas radiais que se estendem do centro da estação – incluindo os habitats Kibo, Columbus, o Módulo Permanente Multitarefas, o Módulo Expansível de Atividades e a Cabine Pressurizada Quest – foram reabertas”, diz trecho do comunicado divulgado em 17 de novembro.
“Logo após o incidente, os membros da estação foram despertados, notificados dos potenciais destroços e solicitados a fecharem escotilhas específicas conforme procedimentos de segurança. Escotilhas entre os segmentos dos EUA e Rússia também foram inicialmente fechadas, mas já foram reabertas após a passagem do período de maior risco”.
O teste anti satélite gerou um atrito internacional entre Rússia e Estados Unidos: após a explosão causada pelo míssil, o porta-voz do Departamento de Estados norte-americano, Ned Price, leu um comunicado assinado por Bill Nelson, administrador geral da Nasa, onde ele afirmava que “este teste” aumentaria significativamente “o risco para astronautas e cosmonautas na ISS, bem como para outras atividades de voos espaciais humanos”. Nelson também julgou “inacreditável” que a Rússia “colocasse em risco não só os outros astronautas da ISS, mas também os seus próprios cosmonautas” – na ISS, dois dos ocupantes são russos.
No lado russo da discussão, o Ministro da Defesa, Sergei Shoigu, celebrou o sucesso do teste, afirmando em seguida que os fragmentos gerados “não ofereciam qualquer risco”. Como vimos nos dias que sucederam ao posicionamento russo, não foi bem assim: no dia 18, ainda temia-se o risco de colisão da estação com os destroços, com as autoridades cogitando cancelar a caminhada espacial planejada para o próximo dia 30. A julgar pela reabertura da estação, esse parece não ser mais o caso, mas as agências estão ativamente monitorando a situação.
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