O ano de 2022 se aproxima do fim. Nestes doze meses, a sociedade viu continuados avanços no campo tecnológico, em diversas áreas simultaneamente, como Internet das Coisas, Computação Quântica, Inteligência Artificial, Automação e Realidade Aumentada.
A constante evolução dessas tecnologias e o desenvolvimento de novas formas para utilização de itens que víamos inicialmente como básicos, nos dão a oportunidade de pensar quais serão as grandes tendências tecnológicas para 2023, um ciclo que promete mudanças não apenas no mundo real, mas também no ambiente virtual.
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Um departamento no qual esse salto poderá não ser “perceptível a olho nu” é o das nuvens. É um assunto que já estamos ouvindo falar há muito tempo, mas a computação em nuvem vem se consolidando como alternativa corporativa e de experimentação. E voltando para mais perto de nós.
De acordo com a consultoria McKinsey & Company, desde 2019 as “Nuvens Híbridas” (o uso conjunto de nuvens públicas e privadas) em ambientes corporativos crescem em ritmo acelerado, com um mercado de $300 bilhões em investimentos em serviços de nuvem, com 90% dos usuários em geral e 80% das empresas usando nuvens híbridas, com a expectativa que essa participação cresça ainda mais em 2023.
Com o estabelecimento de regulamentos e leis sobre o uso de dados em mais de 60 países, incluindo o Brasil, além da necessidade cada vez maior da força de computação e volume de dados, a computação em nuvens híbridas se tornou uma alternativa devido a maior segurança e menor latência, com 26% dos servidores privados sendo usados na computação de borda, mais próxima das empresas e usuários finais, ainda de acordo com levantamento da McKinsey.
Além do crescimento das nuvens híbridas, uma novidade aqui são as Multiclouds: o uso de diversas nuvens públicas por meio de diferentes fornecedores sob uma única arquitetura de dados, possibilita assim não apenas o aumento da eficiência, mas também a redução no custo da infraestrutura.
Ao mesmo tempo que a nuvem ganha mais espaço, a Inteligência Artificial se posiciona para estar em todo globo terrestre, cada vez mais, tendo como o carro-chefe dessa expansão as IAs Generativas, atualmente vistas em experimentos artísticos, e cada vez melhores nessa questão.

Diga-se de passagem, no âmbito industrial, essa tecnologia, além de ser mais rápida e barata, pode ser usada de múltiplas formas, não se limitando à arte, com integração à navegadores, em apresentações, ambientes virtuais para o metaverso, e também para a produção de conteúdos que não são reais, como pessoas que não existem (um exemplo é o site ThisPersonDoesNotExist), objetos, ambientes e dados que poderão ser considerados “sintéticos” quando produzidos com boas intenções, e “fakes” quando usados para outros fins.
Além dessa geração, os Campos de Radiação Neurais (NeRF) permitirão a criação de imagens em 3D de objetos e locais a partir de imagens reais em 2D, gerando conteúdos diversos para produção de vídeos, games, além de engenharia e design, em geral, de forma mais fácil e rápida. Também serão cruciais no desenvolvimento de “digital twins”, representações virtuais que auxiliam na otimização de processos industriais e corporativos, outra tendência que se fortalecerá em 2023.
Conjuntamente a esses avanços, a Computação de Alta Performance (HPC) ganhará escala, podendo chegar a um mercado de US$ 47 bilhões em 2027, de acordo com a consultoria Markets and Markets Research, crescendo especialmente dentro das empresas no âmbito da ciência de dados, combinando diferentes linguagens de programação, softwares, arquiteturas de processadores e diferentes algoritmos para processar dados em várias frentes, desde o design estrutural de carros, à interação molecular na indústria farmacêutica, e esse espaço será continuamente expandido com a diminuição das estruturas necessárias para desenvolver essa tecnologia, levando para custos mais baixos o investimento total com sua implementação futura.
O metaverso também continuará com investimentos bilionários e constantes, de grandes nomes da indústria. Com a evolução nas capacidades de computação em nuvem andando junto com as melhoras na tecnologia háptica, permitindo assim a movimentação cada vez mais realista no universo virtual.
Com o desenvolvimento de avatares e gráficos ainda melhores, é possível que ambientes no metaverso se tornem mais atrativos para empresas e usuários nos próximos anos, prevendo-se que já em 2026, 25% desses usuários passem pelo menos uma hora diariamente em diferentes ambientes virtuais, de acordo com a consultoria Gartner.
O ano de 2023 será palco das diferentes tecnologias que irão convergir para crescerem juntas, vendo um desenvolvimento contínuo em busca de custo menor e capacidade de processamento maior. Esse ano vindouro será o início do desenvolvimento das tecnologias que estarão em voga no fim da década.
Roger Finger é Gerente de Inovação Tecnológica da Positivo Tecnologia
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